Eu tentada não pensar sobre a partida
Eu evitava olhar muito tempo naquela direção
Eu conseguia desviar o olhar
Mas o barulho da porta rangendo
O barulho
Perfurava meu sono mais do que qualquer pesadelo
um dia eu fui atá a porta
Não queria abrir ou fechar
só queria fazer o barulho parar
Mas me deparei com ela aberta
Por trás dela o mesmo corredor - que agora eu estava
por trás dela, eu mesma estava parada.
Mas nas minhas mãos estava um saco, desses velhos e encardidos
essa outra, que era tão eu, tirou de dentro dele
um a um
objetos que sempre achei que ia precisar.
Uma camisa da escola, uma cordão de lata, uma carta
tesouros nunca enterrados
Ali estava eu, direto do futuro
E tão apegada ao passado.
O rangido aumentava
perfurando meus timpanos
E quanto mais eu ouvia, mais percebia
que ele sempre soou como "tic-tac"
_________________
poesia feita foi o exercício três palavras
palavras: saco, perfurar e ranger
Nenhum comentário:
Postar um comentário